Nas eleições presidenciais de 2010, a internet deu as caras mas não favoreceu ninguém. Pedro Dória, em artigo no Estadão (31/10/10), afirmou então que nenhum dos candidatos levou vantagem no uso das redes sociais.
Naquela ocasião, afirmei que “o Brasil de 2010 ainda é um país em que a penetração da internet é baixa, apesar da vocação do brasileiro para a rede e do seu potencial de crescimento explosivo. Sendo assim, não houve qualquer episódio nas redes que modificasse de modo claro e decisivo as tendências do processo eleitoral. No futuro, no entanto, não deverá ser assim”.
Pois bem, quatro anos depois, estamos chegando a uma nova eleição presidencial. Este ano pode ser diferente? Sim, a internet pode fazer a diferença. Aposto que sim, ainda que não a ponto de levar alguém a ganhar ou perder. As redes sociais e o uso da internet serão gradativamente mais relevantes nas campanhas eleitorais a partir de alguns vetores.
O primeiro deles é a disseminação do uso da internet por meio de smartphones. O crescimento do uso de aparelhos com recursos é espantoso no Brasil. Mesmo que estejamos abaixo da média mundial, que é de 48% dos telefones celulares em uso, já ultrapassamos 20% do universo de celulares no Brasil.
E, a cada ano, a demanda por smartphones aumenta significativamente. Em 2011, foram vendidos cerca de 9 milhões de aparelhos. Em 2012, foram mais de 11 milhões, e o volume continua subindo, tal como o tempo diário de utilização, que é de 84 minutos, de acordo com pesquisas do Ibope.
O segundo vetor que justifica essa certeza é que, nas manifestações de junho de 2013, tivemos um uso intensivo do Facebook e do Twitter na convocação de manifestantes. Fato comprovado em pesquisas feitas pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura – Labic, da Universidade Federal do Espírito Santo. Ficou claro que movimentos políticos já sabem usar as redes sociais para suas mobilizações.
Por fim, a expansão dos serviços de 3G nas grandes cidades vai acelerar o trânsito da informação. Em decorrência, todas as campanhas presidenciais de relevo darão especial atenção às equipes que tratarão das redes sociais.
Na Arko Advice, devido às pesquisas que fazemos nas esferas política e eleitoral, contamos com um especialista que conhece tudo o que se refere ao uso político de redes sociais nos Estados Unidos e aos processos que poderão ser adaptados à realidade brasileira.
E mesmo tendo realidades muito variadas em termos de educação e acesso à informação no país, certos segmentos do eleitorado nacional serão cada vez mais afetados pelas redes sociais. Tanto na captura de dados quanto na tomada de posições políticas e eleitorais.