Na semana passada foi divulgada pesquisa CNI/Ibope que mostrou queda importante na popularidade da presidente Dilma Rousseff. Segundo a sondagem, de novembro do ano passado a março de 2014, a avaliação “ótimo/bom” do governo caiu 7 pontos percentuais (de 43% para 36%), enquanto a rejeição (“ruim/péssimo”) subiu 7 pontos (de 20% para 27%). Esses dados são negativos para a presidente, pois mostram que uma parcela significativa dos entrevistados que aprovava a gestão Dilma passou agora a desaprovar seu governo. A avaliação “regular” ficou estável nesse mesmo período, quando oscilou positivamente de 35% para 36%.
De acordo com análise da Arko Advice (Política Brasileira 1.529), Dilma está numa situação semelhante à de seus antecessores. Ressalte-se que quando FHC foi reeleito em 1998 e Lula em 2006, nessa mesma época do ano, ambos tinham avaliações similares à da presidente Dilma hoje.
1998 – FHC
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2006 – Lula
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2014 – Dilma
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ótimo/bom: 35%
Regular: 43%
Ruim/Péssimo: 20%
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ótimo/bom: 38%
Regular: 39%
Ruim/Péssimo: 22%
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ótimo/bom: 36%
Regular: 36%
Ruim/Péssimo: 27%
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Fonte: Ibope
Porém, mesmo com situação semelhante à de seus antecessores que conseguiram um novo mandato e mesmo liderando as pesquisas de intenção de voto, o espaço para que a presidente Dilma Rousseff cometa erros durante a campanha está diminuindo cada vez mais.
De um lado, o Planalto coleciona algumas notícias negativas. Em especial, as denúncias envolvendo a Petrobras e o risco de criação de uma CPI para investigar a empresa. Além disso, houve o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Esses dois fatos, embora não atinjam neste momento o eleitorado de Dilma, podem viabilizar o discurso da oposição de que ela não é uma boa gestora.
De outro lado, há fatores que o governo não controla mas que podem interferir nas eleições. Um deles é a possibilidade concreta de novas manifestações de rua durante a Copa do Mundo. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto organiza uma série de manifestações em maio nas cidades-sede e perto dos estádios onde haverá jogos. Outro risco é o de racionamento de energia elétrica. Abril é um mês crucial para o governo em termos de chuva.
A combinação de dados importantes, como o fato de que 64% do eleitorado quer mudanças com outro presidente que não seja Dilma, de que ela é desaprovada em todas as nove áreas avaliadas pelo Ibope e de que a recuperação de sua popularidade foi interrompida, é um cenário que mostra uma disputa realmente acirrada, com definição em dois turnos. Isso significa que até mesmo um detalhe poderá definir o rumo das eleições.
Diante de tais circunstâncias, o fantasma do “volta Lula” continuará presente.