A presidente da Petrobras, Graça Foster, cancelou o depoimento que daria nesta terça-feira 14 à Comissão de Fiscalização da Câmara para explicar denúncias de irregularidades na estatal. Confirmou sua presença no mesmo dia, pela manhã, numa audiência conjunta da Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Fiscalização do Senado. O convite dos deputados é do início de março, mas os tempos políticos foram sendo atropelados a partir do momento em que a oposição passou a acuar o governo com a instalação de uma CPI.
Autor do requerimento que convidou Foster a comparecer à Câmara, o líder em exercício do PSDB na Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), disse que vai convidar o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a prestar os esclarecimentos esperados de Foster sobre a compra da refinaria de Pasadena por um valor 10 vezes superior ao original. Com essa agenda movimentada, os corredores das comissões parlamentares do Congresso Nacional voltam a ser palco de intensas articulações políticas, como ocorre mas grandes crises da República.
A ponto de o colunista Valdo Cruz, da Folha de S. Paulo, um dos profissionais mais experientes e há mais tempo na cobertura política da capital, haver escrito um artigo intitulado “A Era do Medo”, observando que “o sentimento que predomina em Brasília é de temor em relação ao que pode vir por aí de uma CPI da Petrobras e, principalmente, da Polícia Federal”.
Outro coadjuvante importante de thriller político tão tenso que assegura quórum em plena véspera de feriadão da Páscoa é o ex-diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró. Ele vai ser ouvido na quarta-feira 16, às 11 horas, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para dar esclarecimentos sobre o relatório de sua autoria que subsidiou a polêmica compra da refinaria americana pela Petrobras. A presidente da República justificou o erro de sua decisão ao aprovar a compra da empresa dizendo que ela foi tomada com base em um documento "técnica e juridicamente falho".