Na quinta-feira passada (17), foi ao ar o programa partidário com dez minutos de duração do PSDB. Assim como ocorreu com as inserções veiculadas pela TV anteriormente, a propaganda foi muito bem produzida. Feita no formato de entrevista, o senador e pré-candidato ao Palácio do Planalto Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou-se aos eleitores e rememorou sua trajetória familiar e política.
A apresentação de Aécio é necessária neste momento, pois ele é bastante conhecido apenas em Minas Gerais, estado onde construiu sua carreira. Aliás, não por acaso na última pesquisa Ibope 18% dos entrevistados responderam que não o conhecem.
No programa do PSDB, Aécio Neves lembrou a relação de sua família com a política, resgatando o legado de Tancredo Neves, seu avô, no processo de redemocratização do país. Aécio, que foi secretário pessoal de Tancredo quando este governou Minas Gerais, exibiu um discurso de si próprio durante a campanha pelas “Diretas Já”.
Após esse breve histórico, narrou-se a trajetória política de Aécio Neves (quatro vezes deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas durante oito anos, por dois mandatos, e senador). Durante sua fala, o candidato à Presidência centrou seu discurso nas críticas à área gerencial do atual governo. O senador tucano falou sobre a importância de o país ter uma gestão eficiente e planejada e citou seu exemplo como governador, quando realizou um enxugamento da máquina pública.
Principal dificuldade para o PSDB nos últimos anos, a área social também recebeu espaço na propaganda do partido. Aécio Neves disse que, devido à eficiência de sua gestão em Minas, sobraram mais recursos para investimentos no social. Como exemplo, citou a prioridade que deu à educação.
Outro foco importante do PSDB foi a tentativa de se vincular aos brasileiros que saíram às ruas em junho do ano passado para protestar por melhores serviços públicos. Aécio disse que os governantes devem interpretar corretamente as demandas por melhores serviços de saúde, educação e mobilidade urbana.
Por trás disso, está o objetivo de atrair os cerca de 1/3 do eleitorado que hoje declaram voto em branco/nulo ou que estão indecisos. Vale destacar que parte importante desse eleitorado esteve presente nos protestos do ano passado e demonstra rejeição à política.
Principal responsável pela insatisfação com o governo na economia, o tema da inflação também recebeu destaque no programa. Aécio Neves recordou que há mais de um ano vem alertando para o aumento dos preços.
Ao que tudo indica, a estratégia de Aécio é tentar atrair os eleitores insatisfeitos com a gestão do governo no combate à inflação. Justamente por isso o senador tem trazido o ex-presidente FHC e o legado do Plano Real para o debate político.