A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, determinou, em caráter provisório, que o Senado instale uma CPI exclusiva, como queria a oposição, para investigar a Petrobras. A decisão pode ser revisada pelo plenário (11 ministros). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai recorrer, mas esse expediente não tem efeito suspensivo. A CPI pode ser instalada imediatamente para investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006. O negócio gerou prejuízo de, pelo menos, US$ 530 milhões à estatal brasileira.
A base governista defendia que a investigação se estendesse aos contratos de obras do metrô de São Paulo, acusados de suposto cartel, e do Porto de Suape (Pernambuco), sob suspeita de irregularidades. A intenção era atingir os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE). O partido de Aécio governa São Paulo há 20 anos. E Eduardo era governador de Pernambuco.
Apesar do revés, a base aliada conta com o apoio de Renan para adiar a instalação, permitindo que os líderes dos partidos aliados demorem o maior tempo possível para indicar os nomes dos parlamentares que vão fazer parte da CPI. O sonho do governo é fazer cera com a intenção de deixar a investigação para depois da Copa. Ou, quem sabe, para depois da eleição, se possível.