Governo e oposição estão dispostos a esticar a corda até onde for possível para impedir o início dos trabalhos das CPIs da Petrobras – a exclusiva do Senado e a Mista (senadores e deputados). A oposição se recusa a indicar os nomes para a primeira, na qual o Planalto tem maioria esmagadora e condições de manobrar para bloquear as investigações. O governo boicota a CPI Mista para forçar a exclusiva.
Enquanto nenhuma das duas começa a trabalhar, tanto governo quanto oposição têm generoso espaço na mídia, pois esse é um daqueles assuntos cujos preparativos chamam mais atenção e fazem mais barulho do que sua efetiva realização. Os dois lados receiam que, quando as CPIs começarem a funcionar o caso esfrie. O ideal politicamente para ambos é que as CPIs mantenham o eterno debate para saber quem tem razão a respeito de detalhes de instalação e regras de funcionamento.
Daqui a uma semana o Caso Petrobras vai completar dois meses sem haver produzido uma prova, um dos escândalos de vida mais longa na fase de bate-boca da política brasileira.