A bancada do PMDB na Câmara tem dado demonstrações de independência que não se limitam aos arroubos do líder Eduardo Cunha (RJ). Comparados com os senadores do partido, os deputados comportam-se, em alguns episódios, como se oposição fossem. O desempenho do deputado Hugo Motta (PB), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, é um bom exemplo. Quando a presidente da Petrobras, Graça Foster, depôs na Câmara, Motta conduziu os trabalhos com fortes críticas ao comportamento do plenário, dominado por petistas encarregados de blindar a executiva, e deputados mais velhos, dois grupos que ameaçavam tumultuar a audiência.
Motta foi duro nos critérios de concessão da palavra e na definição do número de inquiridores. A mesma determinação ele exibiu na semana passada, quando o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, avisou, por meio de sua chefe de gabinete, que não compareceria à comissão menos de 15 minutos antes do início dos trabalhos. O deputado paraibano reagiu irritado e transformou o convite a Luciano na convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, chefe do presidente do BNDES. No tenso ambiente pré-eleitoral, Motta disse que agora “é regra: quando a pessoa convidada não comparecer, seu chefe será convocado.