O número de miseráveis no Brasil pode variar em mais de 12 milhões de pessoas, dependendo da forma de calcular a pobreza extrema. Levadas em conta apenas as metodologias usadas em programas e documentos oficiais, o número varia de 9,2 milhões a 21,5 milhões de miseráveis. A contabilidade adotada internacionalmente pelo Banco Mundial aponta o menor número de miseráveis ao usar como critério para definir a extrema pobreza a renda diária de US$1,25 – o dá uma renda mensal de R$ 65,15. No extremo oposto, aparece o cálculo baseado no salário mínimo, segundo o qual seriam miseráveis os que ganham até a quarta parte desse valor. Pelas regras atuais do Bolsa Família, há 10,1 milhões de miseráveis no País, com renda até R$ 70. O Ipea usa 24 valores de renda diferentes, dependendo da região do País, e conta 13,7 milhões de pessoas miseráveis.