O presidente do Equador, Rafael Correa, completou quatro anos no poder e converteu-se numa das figuras políticas mais importantes da história do país.
Até agora, ele atingiu todos os seus objetivos: alterou o regime instaurado em 1979, a partir da Constituição de 2008, conquistou a reeleição em 2009 e tem uma popularidade superior a 60%. Enquanto isso, a oposição segue dividida e sem capacidade de renovação.
Apesar das críticas, o Equador mudou com a chegada de Rafael Correa ao comando do país. Ele conseguiu criar uma relativa estabilidade política (é o primeiro presidente deste 1997 que consegue manter-se no poder por quatro anos consecutivos), tem maioria no Legislativo e conseguido cumprir, no curto prazo, suas promessas de campanha.
Uma recente pesquisa, realizada pela Santiago Pérez Investigação e Estudos no dia 22 de dezembro de 2010, mostra Correa com 80% de apoio nas zonas rurais e 71% nas urbanas.
O “sucesso” político de Correa pode ser atribuído a sua capacidade de interpretar as necessidades do equatorianos e, ao mesmo tempo, colocar em prática suas promessas.
Entre as razões do êxito do presidente equatoriano estão o uso da crime como fonte de legimitidade—o governo tem uma impressionante capacidade de produzir eventos que o colocam sob ataque, o que fortalece sua base de apoio e justifica o contra-ataque do governo aos supostos grupos “golpistas”.
Em segundo lugar, está a cooptação institucional, fundamentada em um forte poder do Executivo.
Com o elevado respaldo popular e algumas prerrogativas constitucionais, o presidente tem debilitado ou cooptaado outros poderes do governo que foram bastiões clássificos da oposição tradicional: o congresso nacional, órgãos de controle e os municípios.
Por último, Correa tem aproveitado a abundância de recursos vindas da exportação dos recursos naturais (petróleo em sua maioria). Tais recursos contribuem para financiar a campanha permanente do governo.
O carisma e sua capacidade de conectar-se com os setores populares é o outro fator que ajuda o presidente.
A soma da sua capacidade política com a entrada de recursos em grande quantidade na economia equatoriana ajudam Rafael Correa a ganhar eleições e consolidar seu regime.
Por conta disso, o governo tem conseguido realizar uma ambiciosa política de gasto social, onde o grande destaque é o Bônus do Desenvolvimento Humado, um programa de transferência de renda.