Mesmo com a utilização de artifícios contábeis por parte do governo, o setor público consolidado (governo, estados, municípios e empresas estatais) não conseguiu cumprir a meta fiscal cheia de todo ano passado, que equivale a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O não atingimento da meta já era esperado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em 2010 fechado, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (31) pelo Banco Central, o superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, somou R$ 101,69 bilhões, ou 2,78% do PIB – abaixo da meta estabelecida. O governo atingiu sua meta de 2,15% do PIB (com manobras contábeis), mas o esforço dos estados e municípios ficou abaixo do esperado. Esse é o segundo ano consecutivo no qual o governo se utiliza de manobras contábeis para tentar alcançar a meta do setor público e, também, é o segundo ano seguido no qual a meta cheia não é cumprida. Em 2010, o não cumprimento da meta está relacionada com o patamar recorde de despesas – registrado em um ano eleitoral.