Enquanto tenta prolongar seu extenso mandato presidencial, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, assistiu neste sábado à dissolução da cúpula executiva do governista Partido Nacional Democrático (PND). No décimo-segundo dia de protestos contra a ditadura, milhares de oposicionistas continuaram no Centro do Cairo, mas o verdadeiro epicentro da crise passou às batalhas e articulações de bastidores. O premier egípcio, Ahmed Shafiq, se reuniu com militares e, em outra frente, o vice-presidente Omar Suleiman se encontrou com um grupo de representantes da oposição – autointitulado "Conselho dos Homens Sábios" – na tentativa de esboçar planos de transição. Entre as mudanças mais significativas no PND estão a renúncia do filho mais velho de Mubarak, Gamal, numa manobra que impossibilita a eventual candidatura à Presidência daquele que era o mais cotado para a sucessão do ditador.