Para evitar surpresas na votação, o Palácio do Planalto mandou ontem o seguinte recado aos parlamentares da base aliada no Congresso: caso seja feita qualquer modificação na proposta do governo, de R$ 545 para o salário mínimo, a diferença terá que ser compensada com um corte orçamentário maior do que o previsto. Nesse caso, as emendas individuais dos parlamentares seriam as mais sacrificadas. O governo endureceu ainda mais o jogo para mostrar que é preciso dar uma sinalização clara de responsabilidade na condução da política econômica. O recado funcionou. E ontem, até aliados insatisfeitos recuaram nas críticas. Pelo menos neste primeiro momento, o PDT ficou isolado na cobrança de um salário mínimo maior, em solidariedade ao deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP). Até o PMDB, que está numa queda de braço por cargos, assumiu uma posição de consenso com o Palácio do Planalto.