O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, receberá um sonoro "não" se insistir em cobrar do Brasil, durante a visita que começa amanhã, concessões adicionais para a entrada de produtos americanos no país, sem querer pagar a contrapartida. Washington tem pressionado o Brasil para se comprometer com um nível de abertura bem maior de seu mercado, na Rodada Doha de liberalização comercial. Isso significaria corte adicional de mais de 3.200 linhas tarifárias, mais de um terço das alíquotas de produtos industriais, além do corte de 33% que o país já aceitou fazer nas tarifas aplicadas de setores vulneráveis, como automotivo, têxteis, calçados e brinquedos. O embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, deixou claro na entidade que se a exigência americana for condicionada à conclusão da negociação global, então "atingimos o fim do jogo", porque o país recusa a demanda americana.