O candidato nacionalista Ollanta Humala, que venceu neste domingo as eleições presidenciais no Peru, mas sem maioria absoluta, defendeu uma "mudança sem sobressaltos" no país e se mostrou disposto a "fazer concessões pela unidade do Peru". Tanto nos resultados oficiais, que lhe dão 26,55% de votos, como nas diferentes pesquisas de boca de urna, que elevam este resultado para 31%, Humala é o claro ganhador destas eleições, embora terá que enfrentar o outro candidato mais votado em uma segundo turno no dia 5 de junho.
Pouco após se conhecer os primeiros resultados oficiais que o confirmam como o candidato mais votado, Humala falou com a América Televisión, à qual declarou que está disposto a fazer muitas concessões "pela unidade do Peru". "Estamos dispostos a ampliar e fazer uma grande mesa de Governo com todas as forças políticas, sociais e trabalhistas que queiram trabalhar conosco", disse Humala a esse canal.
Pouco depois, Humala compareceu perante várias centenas de seguidores na sede central de seu partido, e repetiu que "o Peru quer uma mudança sem sobressaltos, persistente, que faça a grande redistribuição da riqueza (e mostre) que o desenvolvimento econômico não é só para alguns poucos".
Em referência a que lhe acusam de antissistema, Ollanta Humala repetiu que a proposta nacionalista "é gerar paz social no país", embora sem esquecer seu compromisso com o povo mais humilde e desamparada, que necessita justiça.
A mensagem do líder nacionalista foi conciliadora, já que incidiu perante seus seguidores na necessidade de "trabalhar pelo consenso e a unidade no país (para) que estas eleições não nos dividam, mas nos unam".
Humala liderou uma coalizão de grupos nacionalistas e de esquerda chamada Gana Perú que se situa como a mais votada no Parlamento segundo as pesquisas de boca-de-urna, mas vai precisar de alianças com outras forças para conseguir uma maioria estável.
EFE