A América do Sul foi, em 2010, a região do mundo onde mais aumentaram os gastos militares em um ano, com mais de US$ 63 bilhões, uma elevação de %5,8, segundo informe publicado nesta segunda-feira pelo Instituto Internacional de Investigação para a Paz (Sipri). Só no Brasil, a alta foi de 9,3% nos gastos com armamento.
"Este aumento contínuo na América do Sul é surpreendente, dada a ausência de uma ameaça militar real para a maioria dos países desta região e a existência de necessidades sociais mais urgentes", disse a dirigente da divisão América Latina do programa Sipri sobre Gastos Militares, Carina Solmirano.
Em relação às demais potências, os gastos mundiais em armamento, liderados pelos Estados Unidos, registraram em 2010 seu mais fraco aumento anual, de 1,3% desde 2001, para totalizar US$ 1,63 trilhões, segundo o informe.
Os Estados Unidos reduziram seus investimentos militares ano passado, mas continuam sendo o principal comprador de armas. Depois de ter mantido um aumento anual médio de 7,4% entre 2001 e 2009, os Estados Unidos incrementaram seus gastos em 2,8% em 2010 em relação ao ano precedente.
A despesa militar mundial em 2010 foi de US$ 1,630 trilhão, 1,3% maior do que em 2009. A alta é a menor registrada desde o início da onda mundial de crescimento das despesas militares, que começou em 2001, segundo o Sipri. O instituto justifica como uma reação atrasada à crise financeira e econômica de 2008, sobretudo no caso da Europa, onde a despesa em armas caiu 2,8% em 2010 com relação a 2009.
AFP