Os gastos com juros do setor público no primeiro ano do governo Dilma Rousseff podem custar R$ 35 bilhões a mais do que na comparação com 2010, o equivalente a 70% do corte de despesas de R$ 50 bilhões proposto pela equipe econômica para 2011. As despesas podem se aproximar de R$ 230 bilhões, ou 5,6% do PIB, um salto razoável em relação aos R$ 195 bilhões do ano passado, ou 5,3% do PIB. Neste ano, o aumento da Selic e a inflação em alta contribuem para elevar os gastos financeiros do setor público. O custo efetivo da dívida também tem subido pela acumulação de reservas e pelas operações de capitalização do BNDES. A alta da taxa Selic, que corrige 35% da divida interna em títulos do Tesouro, ajuda a elevar os gastos em 2011, diz o economista Maurício Oreng, do Itaú Unibanco. Em 2011, os juros básicos já subiram 1 ponto percentual, devendo aumentar mais 0,5 ponto na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de amanhã, para 12,25% ao ano, segundo a maior parte dos analistas.