Principal item na composição de custo fixo dos armadores em uma viagem de navio, o preço do combustível marítimo – também chamado de bunker – está numa escalada que, mantidos os atuais níveis até o fim do ano, servirá como um freio de mão nas expectativas de lucro para 2011. A alemã Hamburg Süd projeta gastos adicionais de US$ 200 milhões neste exercício se a tonelada do óleo marítimo permanecer em cerca de US$ 550 – o valor médio do acumulado do ano até metade de abril. Em 2010, a empresa faturou globalmente € 4,4 bilhões. A Hamburg Süd é a 14ª companhia de transporte de contêineres no ranking mundial e a primeira na Costa Leste da América Latina, seu principal mercado. Conforme levantamento feito pelo armador, os US$ 550 por tonelada (a referência é a cotação do combustível em Roterdã, na Holanda) superam em US$ 100 o preço médio do verificado no ano passado, em decorrência do aumento do preço do petróleo na esteira dos conflitos políticos nos países do Oriente Médio e Norte da áfrica. Apesar de admitir fazer uma parcela de hedge de bunker, o diretor superintendente do armador no Brasil, Julian Thomas, avalia que o impacto no "custo estrutural" é grande.