A euforia que tomou conta do mercado imobiliário brasileiro nos últimos cinco anos pegou em cheio, primeiro, o bolso do consumidor: o preço do imóvel praticamente dobrou no período. Agora, além de pagar mais caro pela casa própria, o cliente terá de esperar mais tempo para se mudar. Levantamento feito a pedido do jornal Estado de São Paulo pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) mostra que, no primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Entre janeiro e março de 2011, esse tempo já é estabelecido para 40% dos lançamentos. Até então, a maioria dos imóveis eram entregues em até 15 meses. A dilatação dos prazos para entrega das chaves está sendo adotada pela maioria das construtoras e incorporadoras, numa tentativa de evitar os desgastes com atrasos de obra, como os que vêm ocorrendo desde o fim de 2009. Um levantamento feito com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo dá uma ideia da gravidade do problema: entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500