Com a alta das commodities e uma forte demanda interna, o aumento da inflação tornou-se uma das principais ameaças macroeconômicas em toda a América do Sul, com exceção da Colômbia e do Equador. Na Bolívia e no Paraguai, o índice acumulado em 12 meses voltou ao patamar de dois dígitos. Em outros três países – Chile, Peru e Uruguai -, pode ser ultrapassado o teto da meta estipulada pelos bancos centrais, que já promoveram várias rodadas de elevação das taxas de juros. Enquanto isso, com distorções macroeconômicas mais sérias, Argentina e Venezuela disputam o título de maior inflação do mundo, segundo levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Claramente há uma inflação de commodities em todos esses países, com graus variados", diz o economista Alberto Ramos, especialista em mercados emergentes do Goldman Sachs. Um novo relatório do banco de investimentos demonstra que as pressões vindas do aumento no preço internacional das commodities deverão se moderar nos próximos 12 meses. "Mas os bancos centrais não podem fechar as portas e sair de férias", adverte. "Como a região é exportadora líquida de commodities, o processo de aumento de renda alavancou o consumo e, por esse canal, ainda vai pressionar a inflação pelo lado da demanda." (Valor Econômico)