Autoridades públicas aproveitaram as comemorações do 1º de Maio, realizadas pelas centrais sindicais ontem em São Paulo, para criticar o imposto sindical. Com isso, o debate migrou do campo sindical para o terreno político. Na maior das comemorações de ontem, que uniu Força Sindical e outras quatro entidades em um show gratuito e sorteio de 20 automóveis para 1,7 milhão de pessoas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse preferir um "imposto facultativo", enquanto Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, afirmou ser contrário ao imposto. Mais tarde, na festa organizada pela Central única dos Trabalhadores (CUT), que reuniu menos de 500 pessoas durante o ato político, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse que vai trabalhar dentro da Casa para acelerar as discussões sobre o fim da contribuição.
No ano passado, o imposto sindical gerou mais de R$ 1 bilhão ao governo federal, sendo R$ 102 milhões repartidos entre as seis maiores centrais sindicais. A CUT, que sozinha abocanhou a maior fatia, R$ 31,9 milhões, é a única contrária ao repasse. O imposto sindical é cobrado compulsoriamente de todos os mais de 43 milhões de trabalhadores com carteira assinada e refere-se a um dia de trabalho por ano. (Valor Econômico)