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IISS diz que Chávez prometeu US$ 300 milhões às Farc em 2007

O presidente venezuelano Hugo Chávez prometeu 300 milhões de dólares em 2007 às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), às quais forneceu apoio político e acesso territorial, segundo as conclusões de uma análise do material apreendido com o ex-líder rebelde ''Raúl Reyes'', divulgadas nesta terça-feira em Londres.

"Desde pelo menos o ano 2000, Chávez teve a clara intenção de fornecer apoio financeiro em uma escala calculada para afetar o equilíbrio estratégico da Colômbia", destaca um relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).

"Em 2007, prometeu ao grupo 300 milhões de dólares", acrescenta o documento, resultado de dois anos de análises dos milhares de arquivos encontrados nos três laptops, dois discos rígidos e três pen drive encontrados no acampamento das Farc em que foi morto ''Raúl Reyes'', que era o número dois do grupo rebelde, em 1º de março de 2008, após um bombardeio colombiano em território equatoriano.

Até onde vão os documentos, no entanto, parece que Chávez não cumpriu a promessa, mas o IISS destaca também que nada permite afirmar que a oferta foi retirada. O instituto acrescenta que aconteceram "algumas transferências de valores menores de dinheiro, armas e munições".

Os arquivos mostram que o presidente venezuelano também concedeu às Farc um "importante respaldo político para promover sua legitimidade no exterior" e "prejudicar os interesses do governo colombiano", permitiu aos rebeldes "utilizar livremente o território", apenas com algumas "restrições menores".

Apesar dos riscos diplomáticos que acarretava, a relação com as Farc tinha para Chávez um "elemento defensivo" ante uma aliança Colômbia-EUA, que ele considerava um "verdadeiro perigo", sobretudo depois da tentativa de golpe de Estado que sofreu em 2002, destaca o IISS.

Neste contexto, o instituto considera "improvável" que a retomada das relações entre Caracas e Bogotá desde a chegada ao poder de José Manuel Santos na Colômbia em 2010 possa ser duradoura, em particular se Chávez não atuar contra a "ainda importante presença das Farc" em seu país.

AFP