Dois anos depois da mais grave crise financeira em 80 anos e com as incertezas sobre a recuperação ainda dominando o cenário econômico mundial, o Banco Central botou duas grandes defesas do Brasil – uma em dólar e outra em reais – em patamares superiores ao do período de turbulência. As reservas internacionais e os depósitos compulsórios já subiram cerca de 60% em comparação com os saldos que o governo detinha em setembro de 2008. Na semana passada, as reservas internacionais atingiram a marca de US$ 330 bilhões, novo recorde. Os depósitos compulsórios estão desde o início do ano rodando na casa de R$ 400 bilhões, refletindo a reversão das medidas de estímulo adotadas pelo governo na crise e, mais recentemente, as ações de aperto no crédito e combate à inflação. O BC estufou esses dois enormes colchões com o objetivo não só de segurar o dólar e o ímpeto da atividade econômica, mas também para amortecer eventuais choques que podem vir do exterior. (O Estado de S.Paulo)