O presidente do Chile, Sebastián Piñera, advertiu que a intenção da Bolívia de levar a instâncias internacionais sua pretensão de conseguir uma saída soberana ao mar constitui um "sério obstáculo" para as relações dos dois países.
Segundo a agência Efe, na tradicional prestação de contas públicas no Congresso, que ocorre a cada 21 de maio, Piñera defendeu que o Chile "não tem problemas pendentes de limites" com a Bolívia, que perdeu acesso ao Pacífico em uma guerra contra o país vizinho no fim do século 19.
No entanto, o líder anunciou que seu país "vai seguir avançando com plena vontade de dialogar" com a Bolívia, com o qual em 2006 iniciou uma agenda de 13 pontos que agora está em suspenso.
De acordo com Piñera, a "eficácia" dessa instância de diálogo foi reconhecida pelo Chile e a Bolívia, e seu objetivo é conseguir soluções "úteis, concretas e factíveis" para ambos os países.
O Tratado de Paz e Amizade de 1904 reconheceu a soberania do Chile sobre os territórios que antes eram bolivianos e em troca esse país se comprometeu, entre outros pontos, a construir a ferrovia entre a cidade chilena de Arica e La Paz e a dar facilidades à Bolívia para usar os portos do norte do país.