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Brasil e Argentina vão ter reuniões mensais sobre comércio

Representantes de Argentina e Brasil concordaram na terça-feira em manter reuniões mensais para monitorar o comércio, disse o Ministério da Indústria argentino. Os encontros permitirão evitar tensões entre os dois grandes sócios do bloco econômico Mercosul.

"Ambos os governos concordaram em fortalecer ações dirigidas a promover o desenvolvimento produtivo integrado e definirão uma agenda de trabalho para os temas estruturais, com especial atenção nos setores sensíveis e estratégicos para cada país", disse o ministério em comunicado após o segundo dia de reunião entre os países.

O setor automotivo argentino expressou há uma semana preocupação depois que o governo brasileiro impôs o regime de licenças não automáticas à importação de veículos. Por sua parte, o Brasil reclamou das dificuldades que baterias, pneus, calçados e máquinas agrícolas de fabricação própria têm para entrar no mercado argentinos. "Em relação à licença não automática das importações, as partes avançaram nas negociações, com tendência a liberar gradualmente as licenças pendentes", disse o Ministério da Indústria.

O secretário da Indústria argentino, Eduardo Bianchi, e seu colega brasileiro, Alessandro Teixeira, vão se reunir em breve para continuar as negociações e se comprometeram a garantir que as reuniões aconteçam mensalmente.

Ao final do encontro na capital argentina, Teixeira disse que "nós não só tratamos de problemas imediatos, em sim fizemos uma reunião estratégica sobre o processo de industrialização do Brasil e de reindustrialização da Argentina". "Sobre as questões mais imediatas, vamos discutir na próxima reunião a velocidade com que essa liberação (de mercadorias) vai ser concedida", completou.

A decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas, que tornam mais lento o ingresso de veículos a seu mercado, afetou vários países, entre eles México, Estados Unidos e Argentina. A Argentina é sócia do Brasil no bloco aduaneiro Mercosul, também integrado por Uruguai e Paraguai, e que proíbe a adoção de licenças não automáticas entre seus países-membros.

REUTERS