O dirigente da Frente Nacional de Resistência Popular de Honduras (FNRP), Rafael Alegría, disse hoje que o retorno do ex-presidente Manuel Zelaya tem como objetivo "unificar o nosso povo e construir uma aliança política que nos conduza à conquista do poder político".
Em entrevista à imprensa argentina, Alegría afirmou que a volta de Zelaya, ajudará a construir uma "grande coalizão para desafiar o poder político" e que o povo hondurenho está "muito alegre" por receber seu ex-presidente.
Sua volta está marcada para o sábado, às 11h locais (14h no horário de Brasília). A FRNP preparou mobilizações e festejos de boas-vindas que reunirão hondurenhos de todos os estados do país.
Zelaya foi deposto por um golpe de Estado militar em 28 de junho de 2009 e se exilou na República Dominicana.
A efetivação de seu retorno foi fruto de um longo diálogo com o atual governo, intermediado pela Colômbia e pela Venezuela, que também lideraram as negociações para a reincorporação de Honduras à Organização de Estados Americanos (OEA), da qual foi expulsa pelo mesmo episódio.
O ex-mandatário impôs como condição para seu regresso a anulação dos processos de corrupção que corriam contra ele, decisão que foi tomada no início de maio.
à rádio "La Voz de las Madres de Argentina", Alegría declarou que a situação dos direitos humanos em Honduras "é crítica" e que há "muita repressão", mas que colombianos e venezuelanos formaram o Comitê de Verificação para que funcionários fiquem atentos às possíveis violações.
O dirigente ainda denunciou que camponeses continuam sendo assassinados e que cerca de 20 professores estão em greve de fome porque seus direitos trabalhistas não estão sendo respeitados.
O atual governo de Porfirio Lobo, sucessor do ditador Roberto Micheletti, foi acusado, em reiteradas ocasiões, de repressão e perseguição política.
ANSA