O vice-presidente da Bolívia, álvaro García Linera, disse em Madrid, durante uma palestra, que a mudança sociopolítica de seu país vive uma “quinta fase”. Por isso, há diversas tensões. No seu entendimento, isso é consequência da decisão do governo Evo Morales de contrariar os interesses privados, setorais ou corporativos.
García Linera lembrou em sua palestra que a população indígena, campesina e trabalhadora da Bolívia, quebrou em 2006 (ano da chegada do presidente Evo Morales ao poder) a hegemonia da elite local.
O vice-presidente reconheceu que o “processo de transformação da sociedade boliviana vive, desde 2009, uma série de contradições derivadas deste novo momento”.
De acordo com Linera, um exemplo dessas contradições foram os recentes conflitos dos indígenas com o governo por conta das reivindicações por melhores salários. A sugestão apresentada pelos trabalhadores foi a utilização das reservas internacionais do país para o reajuste.
O vice-presidente disse que a prioridade do governo Evo Morales é destinar os recursos do Estado para o desenvolvimento industrial do país, sem privilegiar nenhum grupo social específico.