Ollanta Humala, o presidente eleito do Peru, enfrenta um desafio duplo: dar sinais de uma reconciliação política num país polarizado e tranquilizar os mercados, cuja forte queda provocou a suspensão das operações na bolsa.
Segundo a agência Afp, a analista Cecilia Blume avalia que "o presidente eleito tem que divulgar logo os nomes dos que vão ocupar a direção do BCR, Banco Central da Reserva, assim como os cargos de ministro da Fazenda e primeiro-ministro".
As incertezas do mercado têm a ver com as questões que Humala representa: na eleição presidencial de 2006 recebeu um forte apoio do presidente venezuelano Hugo Chávez, assustando o setor privado.
Apesar de Humala ter se distanciado de Chávez e apresentar um programa moderado, as propostas iniciais de estatização e reforma da Constituição geraram desconfiança sobre suas verdadeiras intenções.
Prometeu dar "continuidado ao crescimento econômico, e que este crescimento será o grande motor do desenvolvimento social do país", tentando tranquilizar os investidores. Disse também que seu governo convocará "os melhores técnicos independentes para poder fazer um governo de base ampla, onde ninguém se sinta excluído".