A inflação oficial desacelerou em junho: o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,15%, ante 0,47% em maio, conforme informou ontem o IBGE. A variação, porém, veio acima da expectativa do mercado e continua a preocupar analistas. O temor é que o Banco Central (BC) tenha de lançar mão de novas doses de um remédio impopular para conter a alta dos preços: o aumento na taxa básica de juros, a Selic, hoje já em 12,25% ao ano. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, o IPCA acelerou para 6,71% (a maior taxa desde 2005), contra 6,55% registrados até maio. Pelo terceiro mês seguido, o índice ficou acima do teto da meta de inflação fixado pelo governo para o ano (6,5%). No semestre, a variação chegou a 3,87%, o maior patamar desde 2003 para o período. Os grupos que puxaram a inflação para baixo foram alimentação e bebidas, cujos preços caíram 0,26% em junho – em comparação com avanço de 0,63% em maio -, e transportes, que teve queda de 0,61% mês passado, recuo maior que o verificado no mês anterior (-0,24%). Os elementos de um dos pratos mais consumidos no país, o tradicional arroz, feijão, bife e batata frita, apresentaram queda em junho, com destaque para a batata inglesa (- 11,38%) e carnes (- 1,24%). (O Globo)