Cientistas políticos e líderes da base aliada preveem dificuldades para o governo e o PT, na volta do recesso parlamentar, por causa da crise nos Transportes. Para eles, a presidente Dilma Rousseff não terá a solidariedade da classe política, mas receberá o apoio do cidadão honesto, que não aguenta mais impunidade e anseia por uma intervenção ética no setor público. Também acreditam que Dilma crescerá no eleitorado de classe média que, no ano passado, votou no tucano José Serra. O professor de Ciências Políticas da UnB Ricardo Caldas diz que o movimento da presidente é positivo. No entanto, crê que ela terá muita dificuldade para romper com práticas tão danosas e arraigadas, algumas centenárias, como o nepotismo e o apadrinhamento político: – Lula tem um pouco de razão ao temer o isolamento dela na base, porque, quanto mais a presidente procurar, mais vai encontrar e terá que tomar decisões difíceis. Mas não terá o apoio só da classe média, terá o apoio de todo cidadão honesto que quer o fim da impunidade – disse Caldas. (O Globo)