A oposição da Bolívia realizou uma série de movimentações para impedir as eleições para juízes previstas para 16 de outubro e substituí-las por um plebiscito de rechaço à forma como o partido governista Movimento Ao Socialismo (MAS) conduziu o processo de indicação dos candidatos.
Segundo o Jornal DCI, o Movimento Sem Medo (MSM), maior partido de oposição, acusa a legenda de esquerda de ter utilizado sua maioria na Assembleia Legislativa para indicar candidatos alinhados ao governo de Evo Morales, chegando a descumprir normas da própria Lei de Regime Eleitoral, que versa sobre as regras de indicação, o que pode prejudicar a garantia de independência dos futuros juízes
O MAS respondeu que a denúncia está incorreta porque a lei obriga que deve haver ao menos um indígena de origem camponesa e, na lista geral, há mais de um indígena. Acrescentou que o processo de seleção foi validado pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Wilfredo Ovando, declarou em coletiva com a imprensa estrangeira que o tribunal "trabalha com base na normativa legal" e se pronunciará de forma definitiva caso as denúncias tenham sustentação legal. A corte assumiu a responsabilidade pelo processo eleitoral.
No entanto, o líder do MSM, Juan del Granado, ameaçou entrar com um processo contra Ovando por "descumprimento de deveres" caso o TSE aceite a lista e não as devolva para a Assembleia Nacional revisar os nomes.
A eleição judicial, marcada para outubro, ocorrerá em todos os departamentos da Bolívia e é o primeiro pleito do tipo na história do país.