Apesar das manobras que patrocinou, juntamente com o senador Fernando Collor (PTB-AL), para adiar a votação do projeto de lei que acaba com o sigilo eterno para os documentos secretos, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recuou e ontem disse que apoia o texto já aprovado pela Câmara que estabelece que nenhum documento será mantido em sigilo por mais de 50 anos. Sarney afirmou que essa sempre foi sua posição. – 50 anos é um prazo bastante suficiente. Até porque dentro de 50 anos a palavra sigilo nem deve mais existir – afirmou Sarney ontem. Ele negou que tenha recuado de sua posição inicial contra o fim do sigilo eterno: – Se alguém mudou, não fui eu – disse o senador. A manutenção do sigilo eterno já foi defendida pelo governo. A presidente Dilma Rousseff, que no governo Lula era pela abertura total, quando assumiu teria cedido às pressões de militares e diplomatas e concordado em manter alguns documentos sob proteção. Mas a presidente acabou retomando sua posição inicial e, para o governo, o texto que prevê sigilo máximo de 50 anos é a versão que deve prevalecer. (O Globo)