A presidente Dilma Rousseff terá de superar obstáculos políticos em sua base no Congresso e um calendário exíguo para conseguir aprovar a prorrogação, por mais quatro anos, do mecanismo que permite ao governo manejar livremente 20% dos recursos do Orçamento, peça fundamental para a política de ajuste fiscal. O projeto que prorroga até 2015 a chamada Desvinculação de Receitas da União (DRU) chegou à Câmara na semana passada, sem provocar pressa nem estímulo da base para a sua discussão. A medida precisa ser votada até dezembro, quando vence a vigência do mecanismo. A votação da DRU está sendo vista no Congresso como o primeiro teste para Dilma no parlamento por causa da necessidade do governo de garantir receitas livres para a manutenção do equilíbrio fiscal. Além disso, a aprovação depende de três quintos de votos, o maior quórum de votação com o mínimo de 308 votos, o que exige fidelidade dos aliados. "A base tem de estar muito feliz para o governo colocar a DRU aqui, e isso não foi o caso neste ano", disse o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG). (O Estado de S.Paulo)