A primeira retaliação concreta às demissões nos ministérios e à demora na liberação de emendas de parlamentares ao Orçamento da União foi anunciada ontem por líderes da base aliada, que decidiram fazer uma "greve branca" e obstruir todas as votações na Câmara até a próxima semana, pelo menos. Além disso, o PMDB do vice-presidente Michel Temer e dos ministros Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo) – dois ministérios envolvidos em denúncias de desvios de recursos e outras irregularidades – liderou a formação de um bloco informal com PR, PP, PTB e PSC, com 201 deputados. E deram recado claro ao Planalto em tom de ameaça: não votam nada até que "os problemas" sejam resolvidos. Um líder partidário que participou da criação desse bloco informal resumiu os problemas: – Enquanto não resolver os problemas de emendas e cargos, não se vota mais nada. O que um partido decidir terá o apoio do outro. O ambiente no Congresso está péssimo, principalmente depois das investidas do Planalto contra os ministérios partidários. (O Globo)