Surpreendida pela operação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, a presidente Dilma Rousseff cobrou do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, informações mínimas para não ter de acordar a cada dia com uma nova crise. Como no governo Lula (2003-2010), a presidente quer ser avisada com antecedência sobre as operações. Além dos conflitos na base aliada e da crise econômica, Dilma não quer ser surpreendida por crises políticas criadas pelas operações da PF que interfiram no dia a dia do governo. Sobre o uso de algemas nas prisões dos secretários do Ministério do Turismo – uma reclamação dos parlamentares -, a PF disse que seguiu a regra legal: os presos só foram algemados na hora do embarque para Macapá. O manual da polícia não permite transportar presos como se estivessem fazendo uma viagem aérea comum. Por ordem de Dilma, Cardozo e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniram-se na noite de terça-feira no Palácio do Planalto com líderes do PT e do PMDB na Câmara e no Senado. As explicações foram necessárias na tentativa de evitar desconfianças na base aliada de que a operação no ministério controlado pelo PMDB pudesse ser pano de fundo de conflito na base. (Agência Estado)