Indígenas bolivianos que faziam desde a segunda-feira passada uma marcha de 600 km em defesa de uma reserva natural ameaçada por uma estrada construída pela brasileira OAS, expressaram o desejo de dialogar com o presidente Evo Morales e, ao mesmo tempo, recorreram ao Brasil para suspender a obra.
Segundo a agência Afp, os nativos dizem que a estrada de 300 km, financiada principalmente pelo Brasil a um custo total de 415 milhões de dólares, afetará o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), de um milhão de hectares, rico em flora e fauna e onde vivem vários grupos autóctones desde tempos ancestrais.
Os indígenas calculam que levarão 40 dias em uma marcha até La Paz, na sede do governo. Eles querem dialogar com o governo, mas só com o presidente Morales, o primeiro aimara a chegar ao poder desde a fundação do país, em 1825.