Os juros do cheque especial chegaram, em julho, a 188% ao ano, o maior nível dos últimos 12 anos. Antes, em abril de 1999 a taxa havia alcançado 193%. Mesmo sabendo que essa operação, ao lado do rotativo do cartão de crédito, é a mais cara do mercado, o consumidor não consegue abandoná-la. No mês passado, a dívida dos brasileiros nessa opção estava em R$ 19,9 bilhões. Esse montante encolheu 3,1% em relação a junho, mas cresceu 14,7% sobre julho de 2010 e 22,6% no acumulado do ano. Segundo informações do Banco Central e do mercado, depois das restrições de crédito impostas pelas medidas macroprudenciais do governo, os consumidores encontraram dificuldades para ter acesso a outras linhas e se viram obrigados a recorrer a créditos mais caros, como o cheque especial. "Essa modalidade continua sendo de emergência e de curta permanência para as famílias. Quando passam por alguma dificuldade, recorrem a ela", explicou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC. (Correio Braziliense)