Do rendimento de R$ 400 que Deusolene Santos da Silva ganha mensalmente "batendo açaí" (extraindo a polpa da fruta), R$ 120 vão para o aluguel de uma casa em área de palafita na cidade de Altamira e o restante vai para alimentar os três filhos, com idades entre 9 e 16 anos. Aos 33 anos, ela diz que não tem Bolsa Família porque "é muita humilhação ficar pedindo" e diz ter opinião formada sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, que será construída na região. "A gente tem esperança de que essa obra vai ajudar. Eles falam na televisão que a gente que vai perder a casa por causa da obra tem direitos. Mas a gente é deixada de lado. Já começaram a obra e ninguém vem aqui dizer o que vai ser da gente", diz Deusolene, que mora em uma região da qual ao menos 4 mil famílias serão removidas, segundo os estudos de impacto ambiental. (G1)