A reversão surpreendente na trajetória da taxa básica de juros, reduzida para 12% ao ano na quarta-feira, foi a prova de que o entendimento do governo sobre a condução das políticas econômica e monetária mudou em relação ao que era no passado recente.
Agora, com Alexandre Tombini à frente do Banco Central e em sintonia maior com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a orientação é agir antes da economia resfriar totalmente. Entende-se que os custos para levantá-la novamente são muito altos, segundo análise feita ao BRASIL ECONôMICO por uma fonte qualificada do governo. Na crise de 2008, o BC demorou quatro meses para iniciar a trajetória de queda da Selic. Não deu outra: no ano seguinte, o nível de atividade caiu e o governo concedeu uma série de incentivos fiscais, além de elevar a dívida pública com sucessivos aportes ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O resultado foi o aquecimento econômico em 2010 desproporcional à capacidade de produção do país. (Brasil Econômico)