Ter uma taxa de juros baixa é pré-condição para que o governo consiga cumprir seu desejo de substituir a parcela da dívida atrelada à Selic por papéis prefixados. Para convencer os investidores a trocar as LFTs que carregam em suas carteiras será necessário garantir que a inflação estará sob controle nos próximos anos – convicção que hoje não existe. O objetivo de reduzir a fatia das LFTs, hoje de 32% do total da dívida, para algo entre 5% e 6% até 2014 é ambicioso, pode até custar caro aos cofres públicos ou afetar, como efeito colateral, o prazo médio da dívida, avaliam especialistas. Outro efeito temido é a transferência dos recursos que hoje estão em títulos pós-fixados para as operações compromissadas do Banco Central – que pagam uma taxa próxima à Selic e têm curtíssimo prazo. (Valor Econômico)