A abundância de terra agricultável, o clima favorável e a vasta experiência do produtor já não são mais ingredientes suficientes para garantir a enorme competitividade que fez do Brasil o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Nos últimos três anos, a combinação entre alta dos custos internos, câmbio e a euforia dos investidores com o etanol acabaram tirando o País da liderança do ranking de menor custo de produção da cana. Na frente do Brasil, já estão Austrália, áfrica do Sul e Tailândia. Há quem diga que Colômbia e Guatemala também têm conseguido produzir açúcar a um custo menor, mas eles não constam nas estatísticas oficiais. Embora sejam países com pequena produção comparada ao Brasil, o resultado reflete o momento mais delicado da indústria nacional de cana-de-açúcar. A escalada dos preços do etanol, por exemplo, levou o governo a anunciar na semana passada a redução da mistura do combustível na gasolina – uma forma de ampliar a oferta de álcool hidratado na bomba. No açúcar, embora os preços estejam elevados no mercado internacional, não há grandes problemas. (O Estado de S.Paulo)