Nem mesmo o inesperado corte da taxa Selic promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) há duas semanas parece amenizar a cautela dos bancos na concessão empréstimos e financiamentos. Tanto que, até agora, os bancos não repassaram o corte para o consumidor – à exceção do Bradesco e da Caixa Econômica Federal (CEF). Para tentar contornar a alta da inadimplência, desde o início do segundo semestre os bancos têm se mostrado mais "seletivos" e dessa forma devem continuar agindo, segundo executivos ouvidos pelo Valor. Embora o panorama esteja longe de ser catastrófico, o aumento da inadimplência combinado a pressões inflacionárias têm contribuído para redobrar a cautela das instituições financeiras, que estão mais rigorosas na liberação de crédito tanto para pessoas físicas como para micro, pequenas e médias empresas. "O cenário de menor consumo no mundo pode, sim, afetar o Brasil", afirma Rogério Calderón, diretor de controladoria do Itaú Unibanco. "No caso de pequenas e médias empresas, isso se traduz em menos capitalização e reserva de caixa." (Valor Econômico)