A política externa, posta em segundo plano entre as preocupações de Dilma Rousseff nos últimos meses, ganha papel de destaque a partir da próxima semana, quando a presidente viaja para abrir a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com agenda considerada "simbólica" no Palácio do Planalto. Dilma, que já planejava ir à Bulgária e à Bélgica, incluiu a Turquia no roteiro, para uma agenda bilateral e comercial que deve ganhar forte componente político, com o agravamento da crise diplomática entre aquele país e Israel. As turbulências no Oriente Médio devem exigir pronunciamentos de Dilma, já que se discutirá na ONU a reivindicação palestina de constituição de um Estado – tema tabu para Israel, indesejável para os EUA e simpático a alguns governos europeus. Primeira mulher a inaugurar a Assembleia Geral, Dilma ainda não decidiu o formato final de seu discurso. Segundo auxiliares, ele certamente destacará comentários sobre as causas e as responsabilidades pela crise global, com propostas para combatê-la. (Valor Econômico)