Além de prejudicar consumidores, a alta do IPI para carros importados pode ser inócua para a geração de empregos no setor no Brasil, segundo especialistas. Isso porque uma eventual queda nas vendas de modelos chineses e sul-coreanos tende a ser suprida com veículos de México e Argentina, países que não sofrerão com o aumento do imposto. – O Brasil exporta carros básicos e importa automóveis mais sofisticados, que não são feitos no Brasil. Assim, este mercado, hoje suprido pelos coreanos, deve ser ocupado pelos mexicanos e pelos argentinos, ou seja, a medida não deve gerar empregos em montadoras brasileiras – disse Luiz Carlos Mello, diretor do Centro de Estudos Automotivos (CEA). Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive, diz que é muito difícil mensurar o impacto da medida nos empregos. Ele lembra que os acordos automotivos estabelecem que só se pode importar um veículo para cada um exportado. Além disso, peças e equipamentos também entram na conta: – Fica difícil dizer que haverá aumento de empregos. Deve haver a manutenção das vagas. (O Globo)