O governo brasileiro abriu ontem a primeira brecha no regime automotivo anunciado no dia 15 de setembro para proteger a indústria nacional da concorrência dos automóveis importados. Por pressão do governo uruguaio, o Brasil vai permitir que os carros montados naquele País sejam importados sem o aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mesmo sem terem fábrica no Brasil. Os três fabricantes instalados no Uruguai, a coreana Kia e as chinesas Lifan e Chery, não conseguem cumprir as contrapartidas exigidas pelo decreto publicado pelo governo para evitar o aumento em 30 pontos porcentuais de IPI. As montadoras não atingem o índice de conteúdo regional de 65% e não têm operação industrial no Brasil. "Da maneira como ficou escrito o decreto, o acordo com Uruguai não era exequível. A Lifan e a Chery não têm fábrica no Brasil e não estavam sendo beneficiadas. Vamos adaptar o decreto para que as empresas que não têm fábrica no Brasil possam usar a redução do IPI", afirmou o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira. (O Estado de S.Paulo)