Um ano após o início da negociação das ações ofertadas na megacapitalização da Petrobrás, os papéis da estatal seguem aguardando um catalisador que possa impulsionar seus preços. Apesar de a operação ter resultado em um aporte de R$ 120 bilhões, com ela a Petrobrás apenas recuperou o valor de mercado que registrava no início de 2010. De lá para cá, no entanto, as ações seguiram pressionadas, tendo perdido, em 365 dias, mais de 20% do valor, conforme dados da Economática. Ao longo desse período, pesou sobre os papéis a "mão forte do governo" e o acirramento da crise na Europa. A ingerência política é o principal fator apontado pelos profissionais de mercado ouvidos pela Agência Estado para justificar a má performance dos papéis. Para Henrique Kleine, da Magliano Corretora, a própria capitalização não foi bem vista pelo mercado. "A capitalização foi empurrada goela abaixo e o acionista que tinha ações da estatal foi obrigado a acompanhar a oferta para não ser diluído." Com a capitalização, o governo recebeu R$ 32 bilhões, o que colaborou significativamente para que registrasse superávit primário no ano passado, apesar do forte aumento das despesas. ( O Estado de S.Paulo)