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2016: início difícil

Murillo de Aragão

Publicado no Blog do Noblat – 13/11/2015

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A economia continuará trazendo más notícias para o governo em 2016. Como consequência, os climas político e social serão igualmente desafiadores para o Planalto.
O início do próximo ano reunirá um conjunto de eventos negativos para os consumidores de uma forma geral: 1) o pagamento das compras feitas no Natal – que deverá ser um dos piores para o comércio; 2) o pagamento de impostos; 3) uma grande quantidade de empregados demitidos no segundo semestre deixa de receber parcelas do seguro-desemprego. Todos esses fatores serão temperados pela inflação alta e a queda de renda do trabalhador, já que muitos acordos salariais mal conseguiram repor as perdas da inflação.
Esse quadro aumenta o risco de inadimplência. O mercado acredita que 2016 terá um primeiro semestre bastante negativo, com previsões de um PIB aproximando-se de -3%.
Considerando a grave situação fiscal, a capacidade de o governo estimular a economia por meio de concessões tributárias para empresas estará profundamente comprometida. A queda do PIB deve reduzir ainda mais a arrecadação.
Hoje o governo enfrenta problemas em várias frentes. O desempenho da economia está ruim. O apoio político no Congresso é instável. Escândalos de corrupção não param de ser revelados. A popularidade da presidente permanece baixa, mas ainda não há gente nas ruas pressionando o governo, a exemplo do que aconteceu em 2013. Mas a combinação de tantos eventos negativos pode ser o estímulo para que isso aconteça.
Como em 2013, quando houve a Copa das Confederações e muitos queriam aproveitar a oportunidade para chamar a atenção do governo para suas reivindicações, teremos em 2016 os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Os jogos de futebol, no entanto, se realizarão em outras cidades do país.
Dúvida: a população aceitará a criação da CPMF diante desse quadro? Essa pode ser a gota d’água, assim como foi o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus em 2013.